Das cores que a gente perdeu

Visitando a Grécia e Turquia, onde se concentram as maiores obras ainda observáveis de tradição helênica, é possível ver ainda – quando alguém chama atenção para o detalhe, claro – um resquício de pintura em uma ou outra peça. Pois é, ao chegar muito perto daquelas tradicionais esculturas de mármore branco, chega-se à estranha conclusão que os artistas da época não o queriam propriamente branco. Aparentemente, muitas das as esculturas gregas e romanas eram sim pintadas e com cores fortes.

Com o uso de raios ultravioleta e luz negra, arqueólogos conseguiram encontrar as cores originais. Segundo um artigo de Christopher Reed, na Harvard Magazine,  esse processo “pode dar ideias de padrões de pintura mesmo que os pigmentos não tenham sobrevivido”. A pintura dessas reproduções parece ser extremamente fina, fraca, com poucas pinceladas de óleo. “Pode-se identificar os colorantes – a maioria feita de minerais e plantas”, completa outro pesquisador, Ebbinghaus. “Se os minerais tivessem sido moídos com mais cuidado, com diferentes concentrações, a pintura tivesse sido polida ou coberta por alguma solução protetora, o trabalho teria um efeito bem diferente e duradouro”.

Continuar lendo